Reflexão sobre a Geopolítica do Medo: O Brasil no Cenário Internacional

A ascensão vertiginosa da internet e das inovações tecnológicas na contemporaneidade tornou-se não apenas um fenômeno marcante, mas um poderoso instrumento que perpetua a geopolítica do medo, não somente no Brasil, mas em escala global. Ao longo dos séculos, a humanidade tem enfrentado diversos temores, desde ameaças de invasões até epidemias devastadoras, evidenciando uma constante busca por segurança e estabilidade.

No entanto, o século XX trouxe consigo uma nova dimensão de desafios, com o avanço tecnológico exacerbando os temores por meio de armas de destruição em massa. Contrariando as expectativas otimistas após a Guerra Fria e a integração da China ao capitalismo global, o mundo foi palco de eventos que reavivaram inquietações, incluindo atentados terroristas e conflitos fundamentados em diferenças religiosas e étnicas.

A ascensão da internet e das inovações tecnológicas não se limitou a ampliar horizontes na comunicação e informação; ela se tornou um instrumento poderoso na perpetuação da geopolítica do medo. A era digital, embora tenha proporcionado avanços significativos, trouxe consigo novas ameaças, como ataques cibernéticos, a disseminação de notícias falsas e deepfakes, desafiando a segurança e a veracidade da informação.

O desenvolvimento de mísseis hipersônicos e tecnologias para neutralizar satélites representa uma nova corrida armamentista em dimensões anteriormente inexploradas, adicionando complexidade aos desafios globais.

A polarização ideológica crescente, marcada por discursos extremistas de direita e esquerda, e a ascensão do autoritarismo em nível global desafiam os fundamentos da democracia e da coesão social. A geopolítica do medo, assim, manifesta-se por meio de uma ampla gama de ameaças, refletindo a complexidade dos problemas em um mundo interconectado.

No contexto brasileiro, torna-se crucial uma reflexão profunda sobre o papel do Brasil na geopolítica atual. Recentemente, declarações sobre crises internacionais evidenciaram um país lidando de maneira precária com os desafios, optando por abordagens que refletem mais radicalismo do que serenidade e apelo ao entendimento.

A radicalização de posições não condiz com um país que ainda busca sua identidade global e não resolveu questões internas prementes. “Faixas de Gaza” internas persistem, revelando desafios como segurança pública, racismo, desigualdade e falta de oportunidades.

A mensagem mais impactante que o Brasil pode enviar ao mundo é a de um país que cuida de seu povo, abordando efetivamente suas questões internas antes de se posicionar de maneira assertiva no cenário internacional. A reflexão sobre o papel do Brasil na geopolítica atual é essencial para orientar decisões futuras e construir uma nação mais resiliente e coesa em face dos desafios globais.